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Os primeiros dias na UTIP

Por conta da prematuridade, os bebês, assim que nasceram, os vimos muito rapidamente, foram encaminhados para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) na mesma hora para os devidos cuidados. Como rotina na UTI foram entubados e receberam uma dose de sulfactante (medicamento para acelerar o amadurecimento dos pulmões).


Nossos próximos dias seriam de plantão na porta da UTI nos horários de visita que são três por dia. Do dia que eles nasceram até a alta de Marina do hospital se passaram mais quatro dias que foram menos difíceis porque estávamos dentro do hospital. O dia da alta foi difícil porque Marina ficou muito nervosa, e com razão, por ir embora e deixar nossos pituquinhos lá. Não foi fácil mesmo, uma choradeira danada, mas eles precisaram ficar ali.


Passado o susto de deixar nossos bebês na UTI a experiência foi pessoalmente muito enriquecedora por conhecermos mães e pais que já haviam passado por aquilo que estávamos vivendo e nos ajudaram com a troca de experiências. Fizemos o mesmo com o passar do tempo com outras famílias que viriam a viver o que vivemos dias atrás. E o ciclo ia se renovando a cada criança que chegava na unidade.


Um parágrafo especial quero dedicar à todos da UTIP, técnicos, enfermeiros, médicos e etc. Apesar de nossos bebês serem as coisas mais preciosas pra gente, para eles são apenas mais duas crianças a precisarem de cuidados, mas o carinho de todos com nossos filhos é muito confortante. E esse cuidado nos tranquiliza em um momento permanente de sensibilidade à flor da pele ao ver aqueles pituquinhos dentro das incubadoras sendo alimentados e medicados por sondas.


As mães que saem do quarto andar (bloco cirúrgico) e que vão direto com seus bebês para os quartos não têm a menor ideia do que se passa naquele quinto andar. Cada família com uma história diferente. Em comum para todos são os filhos na UTIP. Daria um livro só os relatos e vivências naquele andar. Tudo o que foi vivido ali serviu para reforçar nossa fé e ratificar que cada pessoa precisa passar, por algum motivo, por esse aprendizado.


Os dias iam se passando e a vontade de levá-los embora aumentava, mas tivemos que viver “um dia de cada vez”, como diziam os médicos. E os dias foram se passando com mais leveza sempre que víamos e constatávamos o avanço dos dois. Na visita das 11h o médico plantonista passava as notícias do desenvolvimento deles e fora duas infecções, (uma em cada), quadro esperado em prematuros, as informações sempre eram positivas.


Os médicos passavam as notícias para Marina que me repassava o boletim porque tive que voltar ao trabalho cinco dias após o nascimento (a licença paternidade acabou). Distante 70 Km ficava com o coração apertado e cheio de saudade da família. Mas sempre que dava atravessava a BR 040 para ir visitar aqueles dois anjinhos. Afinal de contas nossa vida (não só) de agora é em função deles.


Ah, já ia me esquecendo de contar que o quarto ficou com a decoração pronta só depois de eles nascerem. A decoradora fez um trabalho muito bonito, mas é meio enrolada. Não cumpre bem os horários marcados, enfim. Infelizmente faz parte, mas que bom que deu tudo certo e ficou muito bonito.


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