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O susto no começo do quarto mês e a confirmação dos sexos

Completadas as 12 primeiras semanas pensei comigo, graças a Deus, agora é só alegria e acompanhar o desenvolvimento da duplinha, fora as providências que não são poucas, é claro. Nunca falei nada com Marina para não alarmar, mas a expectativa em ver vencidos os três primeiros meses foi grande demais. É muita coisa que a gente escuta falar mesmo, não é exagero.


Até que poucos dias depois, acho que na semana 13, em pleno domingo tranquilo em casa, um grande susto abalou a alegria alcançada com as 12 semanas. Acabando de me arrumar para irmos almoçar escuto um grito vindo do banheiro: “Marcelo, vem aqui”. O que foi Marina? Um sangramento tirou o sossego e instalou um clima de tensão em casa que durou até o fim da manhã de segunda-feira. Entre descansar e o medo de que possa acontecer algo com os gêmeos, decidimos ir ao hospital em Sete Lagoas. Foi a pior decisão possível e vou explicar o porquê.


Na chegada à maternidade outras futuras mães e pais aguardavam atendimento. Pensei que uma mulher ao nosso lado ganharia o filho ali mesmo porque o médico havia a mandado de volta para casa. “Não tem dilatação o suficiente”, respondeu a moça quase chorando de dor a um questionamento nosso. Depois de mais de uma hora de espera e conversa com outras mulheres que aguardavam atendimento, o médico de plantão nos chamou. Explicamos a situação, estávamos nervosos demais, e depois de um exame superficial, nem um ultrassom foi feito, o “Dr.” disse na maior tranquilidade possível que poderia estar acontecendo um aborto e que nada poderia ser feito a não ser esperar.


Pronto! O alívio das 12 semanas foi embora naquele instante e o pior aconteceu, o chão sumiu. Eu recusava a acreditar que poderia acontecer algo com a turminha. Estava sem nenhuma condição psicológica e tinha que confortar minha mulher que saiu aos prantos do hospital. Pedia calma, o que eu sabia não era possível naquela oportunidade. Nem eu estava tranquilo, como poderia pedir calma a ela. Mas alguém tinha que fazer o papel de homem da casa kkkk (agora dá para fazer uma piadinha). O episódio serviu para termos uma certeza. Nossos filhos não nasceriam em Sete Lagoas, mas em Belo Horizonte, assim como eu 36 anos atrás.


Saímos da unidade por volta das 19h com um atestado médico e um pedido de ultrassom para que fosse feito o mais rápido possível. Até a manhã seguinte foram horas sem dormir e uma sensação horrível sem saber o que estava acontecendo com nossos bebês que venceram tão bem as 12 primeiras semanas. Não tem como explicar o que sentimos, não há palavras que descrevam. Qualquer coisa que escrevesse aqui seria pouco diante da enorme sensação de impotência.


Exatamente às 7h da manhã da segunda-feira estava na porta da clínica na tentativa de conseguir o exame. Para meu desespero a atendente disse que só tinha horário na próxima semana. Mas expliquei a situação, pedi, por favor, e o médico nos encaixou às 11h da manhã. Essas quatro horas pareciam mais de uma semana porque tive que ir para o trabalho antes, enquanto Marina “descansava” em casa. Durante o ultrassom foi constatado que o sangramento não tinha relação com os bebês que cresciam e mexiam bastante, alheios a essa turbulência vivida do lado de fora. Só depois desse episódio fiquei sabendo que algum sangramento nesse período, ou até durante a gestação, é até “normal” porque pode acontecer o rompimento de algum vaso sanguíneo com o crescimento do útero. Fora esse baita susto, o quarto mês foi relativamente “tranquilo”.


Ah, e teve mais uma descoberta, se é que podemos dizer assim, nesse mês. Foram confirmados os sexos dos bebês. Estávamos tranquilos e confiantes diante do índice de acerto do médico, mas a ratificação que esperávamos um casal de gêmeos foi muito comemorada. Realmente, não podíamos ser mais abençoados. Mais um acerto para as estatísticas do médico que era famoso por acetar os sexos.


Nesse mês confirmamos a provável causa do primeiro sangramento e de possíveis novos casos. A placenta da menina estava prévia. Disse que não pesquisaria mais nada, mas não deu. A placenta prévia é aquela que se instala na parte debaixo do útero, próximo ao colo. No nosso caso a placenta prévia estava recobrindo totalmente o colo, o que indica uma possibilidade de novas hemorragias. O que aconteceu. Nesse caso a grávida deve evitar excesso de esforços e nada de atividades físicas.

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